1- Titulo: SABR reirradiation for high volume head and neck cancer
Autores: MURILO KENJI KAWASAKI (HOSPITAL DE AMOR BARRETOS, BARRETOS, SP, Brasil), DIOGO DIAS DO PRADO (HOSPITAL DE AMOR BARRETOS, BARRETOS, SP, Brasil), DIEGO DE SOUZA LIMA FONSECA (HOSPITAL DE AMOR BARRETOS, BARRETOS, SP, Brasil), LEONARDO DE FARIA MORATO (HOSPITAL DE AMOR BARRETOS, BARRETOS, SP, Brasil), RITCHELL VANS DAMS (UNIVERSITY OF CALIFORNIA, LOS ANGELES, Estados Unidos), ROBERT K CHIN (UNIVERSITY OF CALIFORNIA, LOS ANGELES, Estados Unidos), ALEXANDRE ARTHUR JACINTO (HOSPITAL DE AMOR BARRETOS, BARRETOS, SP, Brasil)
Introdução
O gerenciamento de reirradiação de cabeça e pescoço avançado (AHNC) tem sido um desafio ao longo das décadas.
Objetivo
O presente estudo procura avaliar o papel da radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) como uma estratégia para o pior grupo de pacientes paliativos quando não há outras opções de tratamento local.
Métodos e materiais
Conduzimos uma revisão retrospectiva institucional de pacientes que foram submetidos a reirradiação com SABR para AHNC em uma única instituição, de janeiro de 2017 a dezembro de 2019. Todos os pacientes foram classificados como irressecáveis/inoperáveis por tumor board com pelo menos um cirurgião especialista em H&N e impróprios para receber quimioterapia devido o baixo status de performance (PS) e/ou comorbidades significativas.
O volume alvo planejado foi restrito à lesão (GTV) mais 5mm de expansão uniforme, SABR foi entregue com 40 Gy em 5 frações em dias alternados. O método Kaplan-Meier foi usado para estimar controle locorregional (LRC), sobrevida livre de progressão (PFS) e sobrevida global.
Resultados
Sessenta e dois pacientes foram considerados elegíveis para esta análise retrospectiva. O volume médio e mediano de GVT foram 125.5cc e 75.5cc, respectivamente. O seguimento médio foi 9.26 meses e a mediana 6.75 meses. As sobrevidas globais em 1 e 2 anos foram de 24% e 13,3%, respectivamente, com mediana de 6.8 meses. O PFS 1 ano foi de 46.4% e com uma mediana de LRC de 8,9 meses. Considerando o volume de tumor de V<30cc, a sobrevida global 1-ano foi de 55,6% versus 18,6% (p=0.038); PS≤1, a sobrevida global 1-ano foi 32.7% versus 4.8% (p=0.006); N estágio ≤N1, a sobrevida global 1-ano foi 35.4% versus 8.5% (p= 0.044). Com um tempo de 2 anos para a reirradiação, a sobrevida global 1-ano foi 13.3% versus 30.3% (p= 0.022). Uma análise univariada para PFS demonstrou que o volume médio (125.5cc) e um grupo N de estágio avançado (N≥3) foram potenciais fatores prognósticos. A significância estatística foi sustentada depois de análise multivariada para status N (p=0.001) e volume tumoral (p=0.031).
Apenas três pacientes desenvolveram necrose de pele grau 4 (todos com tumores envolvendo a pele), nenhuma outra toxicidade grau 4 foi avaliada.
Conclusão
Nossos dados mostram que reirradiação com SABR em 5 frações de 8Gy é uma estratégia interessante e factível como última linha de tratamento para AHNC. Tumores de pequeno volume foram fortemente associados com sobrevida global, mas até mesmo tumores maiores podem ser bem controlados com este esquema paliativo de SABR. A toxicidade parece ser aceitável. Estudos prospectivos futuros são necessários para entender melhor quem será beneficiado com este tratamento.
2- Título: Radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) para tratamento carcinoma de pulmão não pequenas células em estágio inicial
Autores: RITA LIDIA DOMINGOS MANHIÇA (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), THAÍS FRANCO SIMIONATTO (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), LEONARDO DE FARIA MORATO (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), GABRIELA BERNAL SALVADOR (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), RODRIGO GADIA (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), WANESSA FERNANDA ALTEI (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil), LETÍCIA FERRO LEAL (HOSPITAL DE AMOR , BARRETOS, SP, Brasil), ALEXANDRE ARTHUR JACINTO (HOSPITAL DE AMOR, BARRETOS, SP, Brasil)
Introdução
Radioterapia estereotáxica ablativa (SABR) é um tratamento padrão para o câncer de pulmão não pequenas células em estágio inicial.
Objetivo
O presente estudo pretende descrever os resultados preliminares dos 56 primeiros casos submetidos ao tratamento com SABR em uma única instituição.
Método
Este é um estudo de CORTE retrospectivo de pacientes submetidos a SABR entre Agosto de 2017 e Novembro de 2019;
Foram coletadas informações de prontuários e planos de radioterapia de 56 pacientes portadores de CPNPC com doença localizada, inoperáveis ou que recusaram a cirurgia e foram tratados com intenção curativa. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (38/56 pacientes – 64% ), apresentavam doença em estágio I (42/56 pacientes – 75%) pelos critérios da 8ª edição da AJCC, tinham ECOG -PS 0/1 (89,6%), apresentavam histórico de tabagismo (57,9%). Adenocarcinoma representou 55,4% da amostra, destes 24% apresentavam mutação EGFR e nenhum caso apresentava ALK+ . Cinquenta pacientes (84,7%) foram estadiados com o auxílio de PET-CT. Nenhum paciente apresentava suspeita de acometimento linfonodal mediastinal ao estadiamento clínico, porém somente 1 paciente foi submetido a estadiamento mediastinal invasivo por mediastinoscopia. Nenhum paciente recebeu tratamento sistêmico além da radioterapia como estratégia inicial. Todos os esquemas de dose utilizados apresentavam BEDGy10 >100 e foram assim distribuídos: 3 x 18Gy (6 pacientes – 10,7%), 4 x 12Gy ( 30 pacientes – 53%), 5x10Gy (1 pacientes – 1,7%) 10 x 7Gy (19 pacientes – 33,9%) .
Resultados
Com seguimento mediano de 16,6 meses, o controle local, Sobrevida Livre de metástase e a Sobrevida Livre de falha mediastinal em 2 anos foram de 94,7%, 91,4% e 72,7%, respectivamente. Todos os esquemas de fracionamento de dose utilizados apresentavam BEDGy10 100 e não foi evidenciado diferença estatística entre eles em relação ao controle da doença. Nas análises univariada e multivariada, a progressão de doença mediastinal foi o fator que mais impactou negativamente a sobrevida global (SG) em 2 anos (92% vs 18%, p=0,001)
Conclusão
Nossos dados reforçam a alta taxa de controle local com a técnica e sugerem que o bom controle local independente do esquema de dose quando realizado com BED Gy10 > 100. O controle mediastinal foi o principal fator associado à sobrevida global, reforçando que o estadiamento mediastinal deve ser feito de forma rigorosa para melhor seleção dos pacientes que se beneficiarão do SABR.
Palavras-chave
radioterapia estereotáxica ablativa, câncer de pulmão não pequenas células, estágio inicial, SBRT
3- DELINEAMENTO DO SISTEMA VESTIBULOCOCLEAR NO PLANEJAMENTO DE SCHWANNOMAS: UMA ANÁLISE DOSIMÉTRICA COMPARATIVA E CORRELAÇÃO COM VOLUME E DOSE
Autores: FELIPE CICCI FARINHA RESTINI (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), MARIA THEREZA STARLING MANSUR (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), LETICIA HERNANDES BRITO (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), BEATRIZ CUNHA NASCIMENTO (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), VITOR CUNHA GOMES (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), ANSELMO MANCINI (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil), SAMIR ABDALLA HANNA (HOSPITAL SIRIO LIBANES, SAO PAULO, SP, Brasil)
INTRODUÇÃO
O Schwannoma Vestibular (SV) é a neoplasia mais comum do ângulo pontocerebelar em adultos. Importante aumento na detecção ocorreu com aumento do uso de ressonância magnética (RM), sendo a radioterapia uma opção terapêutica, quando indicado tratamento. A radiocirurgia pode ser indicada em regime de fração única, permitindo idealmente alto gradiente de dose para proteção de órgãos de risco (OR). Para maximizar a proteção destes, o contorno preciso é necessário para assegurar que estes não recebam doses exageradas de radiação.
OBJETIVOS
Não se identificam guias de contornos que sejam amplamente aceitos para o sistema vestibulococlear (SVC) que compreendam os canais semicirculares. Desta forma, foi realizado levantamento retrospectivo com análise dosimétrica comparativa entre o delineamento coclear exclusivo, amplamente utilizado na prática, e o delineamento coclear incluindo o SVC.
Figura 1. Anatomia coclear normal (aec) e anatomia do giro coclear (b). ST = Scala Tympani; SM = Scala Media; SV = Escala Vestibuli; MD = Modiolus;
CN = nervo coclear; OC = órgão de Corti. AT = Volta Apical; MT = Volta do Meio; BT = Volta Basal.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram delineados, em 13 casos de SV, o SVC (canais semicirculares e cóclea) versus a cóclea propriamente dita. Todos os contornos foram realizados com RM ponderada em T2 volumétrica e as análises feitas no sistema de planejamento. Para investigação da linearidade entre a diferença dosimétrica e o volume tumoral, o coeficiente de Pearson foi realizado. O Teste do qui-quadrado foi usado para verificar a significância dos fatores dose e volume da lesão.
Figura 2. Lâminas axiais de tomografia computadorizada mostrando os semicírculos (SC) em azul claro, cóclea (amarelo), vestíbulo (marrom), orelha média (azul escuro) e meato acústico externo (MAE) (cinza). Todas essas estruturas, exceto orelha média e EAM, devem ser incluídas no volume final.
RESULTADOS
10 pacientes foram tratados com fração única de 12Gy; 2 pacientes em 5 frações com 5Gy e 4Gy; 1 com 28 frações de 1,8Gy. O seguimento mediano foi de 52 meses e o volume médio de lesão foi de 8,02 cm3. Houve uma variação de dose máxima (Dmáx) de -12.78% a + 39.24% e de dose média (Dméd) de -36.85% a +16.23%. A relação entre Dmáx e Dméd e volume não apresentaram significância estatística. A análise de volume/diferença dosimétrica por método de Pearson foi de 0.109 para Dmáx e 0.013 para Dméd, mostrando assim, ausência de linearidade.
Figura 3. Resultado de delineamento de todo o SVC.
CONCLUSÃO
Foi encontrada diferença dosimétrica importante a depender do contorno realizado. A não inclusão do SVC impacta em um aumento de até 39% de dose no sistema coclear, o que provavelmente terá repercussões clínicas. O volume não se correlaciona com possível erro dosimétrico pelo teste qui quadrado. Assim, independentemente do tamanho da lesão, há possibilidade de dosimetria inadequada. Análise prospectiva com posterior elaboração de um guia de contorno mais preciso se faz necessária.